domingo, 29 de janeiro de 2012

Entrevista com Roger Franco




Seu inicio na musica foi curioso começou  na bateria, passou pelo violoncelo e so depois de anos conheceu a guitarra. Porquê ? Ela não havia chamado a sua atenção no início?

Sou filho de pastor e cresci vendo música tocando na igreja. Desde  criança, gostava de ficar  nos cultos ao lado da bateria , que era o instrumento que mais me chamava a atenção. As vezes, até ficar imitando alguns movimentos com as mãos e com os pés , daí veio a paixão pelas baquetas. Naturalmente, comecei a tocar sem muito compromisso, sem estudar muito, era uma coisa mais de alma (risos). Creio que a guitarra não me chamou a atenção na época porque os guitarristas que eu conhecia tocavam a guitarra mais como um violão, não usavam muitos efeitos e raramente faziam algum solo. Eu achava muito comum.

Você conheceu as seis cordas aos vinte aos 20 anos. Considera Tarde? Quais obstáculos você teve de vencer por conta disso?

Acho que começei um pouco tarde comparando com a maioria. Hoje vemos crianças que mal sabem ler e já estão estudando música. Depois de alguns meses que ganhei meu primeiro violão e resolvi começar a aprender, percebi que queria fazer isso por toda minha vida. Não sabia se iria viver de musica, mas que eu estava disposto a me dedicar muito, isso estava. Entendo então que nunca é tarde. O que faz a diferença é o quanto você esta disposto a pagar o preço pelo seu sonho, abrindo mão de muitas coisas pelo objetivo principal. A maior dificuldade era conseguir informação, métodos ou materias para estudo, pois na minha cidade não havia professores de guitarra, e a internet não era tão difundida quanto hoje.

Você foi autodidata?

Considero-me autodidata. Estudava com alguns amigos que tinham o mesmo interesse. A gente se encontrava regularmante para tocar, trocar informações, ouvir e tirar musicas. Montei uma pasta com cópias de coluna de algumas revistas especializadas, era uma das minhas principais fontes,. Depois comprei alguns métodos como o Harmônia e Improvisação I e II e o Dicionário de Acordes do Almir Chedia, o livro do músico do antonio adolfo, e A Arte Da Improvisação do Nelson Farias, que me ajudaram muito na minha formação musical. Um tempo depois, tive a oportunidade de ir a São paulo fazer aulas com o mestre mozart Mello e adquirir seu material de estudo, mas eu não podia ir regularmente, pois era muito longe, já que eu morava em rondônia, Na época, adquiri também métodos do meu amigo Joe Moghrabi que me ajudaram muito.

As mudanças de cidade por conta do emprego do seu pai ajudaram ou atrapalharam o seu aprendizado.

Hoje vejo que me ajudaram muito, pois na cidade em que moramos não havia muita oportunidade de emprego, No meusegundo ano de música (em vilhena, Rondônia), pude ficar praticamente em tempo integral me dedicando aos  estudos. Outro ponto positivo e fundamental disso tudo foi o total apoio que tive dos meus pais. Isso fez toda a diferença.

Em que momento sua relação com a musica começou a ficar profissional?

Eu morava em vilhena e mais uma vez meu pai precisava mudar de cidade, foi justamente durante os dias que começei a ajudar um colega em uma escolinha de musica que ele havia montado. Então falei com meus país e resolvi dar um passo adiante e ficar na cidade, primeiro morando de favor na casa de uma família de amigos e , um tempo depois, alugando um local onde eu morava e dava aulas de violão e guitarra para iniciantes. Ali a música profissional começou a virar realidade na minha vida.
Ingressar na banda nova dimensão e mudar de cidade para se juntar a eles foi um desafio na época?
Foi a grande oportunidade que eu esperava, pois já passava pela minha cabeça ir a um grande centro onde houvesse mais oportunidades. Quando recebi o convite para ir em belo horizonte tocar com o nova dimensão, parecia um sonho, e eu, claro, aceitei na hora (risos). Vendi tudo que tinha e, três meses depois, já estava morando em Belo Horizonte. No começo, o maior desafio foi que eu não tinha experiência nenhuma com banda, não sabia timbrar direito o instrumento – até o lance de educação musical (saber que ás vezes menos é mais) a presença de palco tive que aprender na marra, na prática mesmo.

Parte de sua formação musical se deu dentro das igrejas. Que tipo de aprendizado e experiências diferentes esse ambiente proporciona?

Umas das coisas que me ajudou principalmente na musicalidade e no quesito tocar em grupo, foi justamente no começo quando estava aprendendo os primeiros acordes e já tive a oportunidade de tocar com todo tipo de músico, de iniciantes a avançados, que sempre estavam dispostos a ajudar. Lembro que eu passava alguns apertos quando ia acompanhar alguém com o violão e o vocal puxava a musica em tons que eu não estava acostumado a tocar. Na época, eu ficava bravo, mas isso me ajudou muito a conhecer os campos harmônicos em qualquer tom e principalmente desenvolver o ouvido.

Dividir o palco com Paul Gilbert foi um Marco em sua Vida?

Aconteceu  em um momento de afirmação da minha carreira, por isso a importância. Foi uma experiência sensacional, Paul Gilbert foi um dos primeiros guitarristas que eu ouvi. Pude Perceber quantas possibilidades a guitarra tinha, e , em seguida, ele se tornou uma grande influência para mim. Depois de dividir o palco Com esse guitarrista fantástico, fiquei mais impressionado ainda com tamanha simplicidade e humildade. Além de um grande musico, o cara é um ser humano de primeira!

Foi tocando com o cantor cristão david Quinlan (Ministério paixão fogo e Glória) que você conseguiu uma exposição nacional?

Antes de eu entrar pra banda, eu já estava fazendo alguns trabalhos em Belo Horizonte e em outras cidades com o cantor Thalles Roberto, com a banda de rock chamada tribo  e com o trio Fusão do Tempo, realizando também workshops por meio de algumas parcerias que já tinha. O trabalho com Davi Quinlan com David contribuiu muito para uma exposição nacional. Gravamos varios Cd’s  e DVD’s, e viajamos tocando pelo brasil e exterior durante anos. Foram incontáveis experiências, momentos que vamos guardar para o resto de nossas vidas. Foi importante estar nessa fase de trabalho do David pois sei que participei
De algo verdadeiro. Pude contribuir fazendo sempre o meu melhor, e a exposição que deu ao meu trabalho é um dos frutos de quando se faz algo com o coração, não simplismente  querendo alguma coisas em troca.

Ouvindo suas própias musicas, você consegue destacar as suas influências? Quais são e em que momentos se revelam?

Na época da gravação, fiquei um tempo praticamente sem ouvir nada de música, justamente para os temas e solos não ficarem parecidos com nada que eu estava curtindo no momento, o que é uma tendência natural. Determinadas influências fiz a questão de mostrar, como na musica “Pop Johnson”  que foi uma homenagem ao guitarrista “Eric Johnson”. Na musica “Reflexos” , uso alguns arpejos com salto no estilo do guitarrista Paul Gilbert. Talvez existam outros momentos. Como Desde o começo dos anos 2000 tenho bucado um som próprio, uma identidade, creio que elas não estão tão explícitas. Influência não é copiar e sair tocando, mas, sim ,aprender formas diferentes de tocar e trazer aquilo para o seu universo musical, para a sua pegada.

Ao navegar em seu site, é possível notar a preucupação de apresentar conteudo didático além de informações sobre a sua carreira...

Como começei profissionalmente a musica dando aulas e me dedicando ao ensino da guitarra, sempre tive a preucupação de adquirir conhecimentos e melhorar minha didática para poder dividir isso com os alunos e amantes desse instrumento. Apartir daí, coloquei no site colunas, transcrições e vídeos ensinando, para que todos, independentemente de condição financeira, tenham acesso ás informações.

Seu disco Energy, lançado em 2006, reúne músicas compostas em várias opartes de sua carreira? Analisando hoje, você considera que ele representa sua maturidade atual ou você esta mais evoluído?

As musicas do energy foram compstas em momentos distintos da minha carreira, Um exemplo é faixa “Speed Guitar” , um dos primeiros temas que compus. Um detahe importante do Cd é que todos os solos das músicas, com exceção da “Emotion” , foram improvisados em estúdio. Não queria que soasse mecânico, mas captar realmente o que eu estava sentindo naquele momento. Foi bem especial gravar nesse formato. Claro que, por ter improvisado os solos, tive um trabalhão para tirar um por um para os lançamentos e eventos em que toco até hoje (risos)
Com certeza, hoje estou em outro nível da minha carreira, bem mais maduro musicalmente. Os anos de experiências me fizeram crescer e mudar alguns dos meus conceitos me levando a alguns degraus acima, mas espero continuar evoluindo!

Há previsão para um novo disco Instrumental?

Já tenho composições para um disco inteiro, mas ainda estou esperando o momento certo, Nossa vida é bem corrida, muitos compromissos, mas espero começar começar as gravações em breve. Vamos ver se consigo fazer ainda este ano,

Na sua forma de tocar, chamam a atenção as técnicas de vibrato nos bends, as frases rápidas e abafadas e o timbre redondo e “cantante”. Você concorda? São aspectos como esses que formam a identidade de um guitarrista?



Concordo, sempre busquei tocar limpo e com pegada, e gosto de frases rápidas e melodias marcantes . Acredito que Bends e Vibratos são as principais técnicas de expressão na guitarra. Isso, unido a uma forma própria de executar as frases e escalas, é a base para buscar uma identidade própria. O segredo é tocar e tocar, tirar um tempo diário para improvisar sobre backing tracks de estilos variados, isso vai lapidando sua forma de tocar

Fale sobre a banda Freedom. É um som cristão bastante pesado... esse tipo de música tem conquistado muito público, correto?

A freedom é uma banda de rock cristão com objetivo de pregar uma mensagem verdadeira de amor, paz e liberdade, coisas que não se encontram no dinheiro e vícios, por exemplo. Vemos pessoas aprimidas, infelizes e sem nenhuma expectativa de futuro, isso sempre nos incomodou, então resolvemos começar esse projeto chamado Freedom, eo que nós fazemos é transmitir essa mensagem para as pessoas por meio de nossas músicas e de nossa vida. Esse tipo de música tem conquistado muito publico porque é um estilo jovem, alegre, com letras verdadeiras e com fundamento. Creio que seja essa a razão

Você esta realizado com esse projeto? É muito diferente atuar em uma banda e em um ministério?

É até dificil falar de realização porque, com relação a carreira, nunca imaginei chegar nem perto de aonde cheguei com a graça de Deus. A banda Freedom ainda esta no começo dos trabalhos, é algo que amo muito fazer, espero continuar fazendo e vendo os frutos. Posso dizer que estou constantemente me realizando a um passo de cada é bom deixar claro que existem inumeros tipos de ministérios, e este que vou falar a seguir é de louvor e adoração. A atuação é um pouco diferente. O ministério (grupo de louvor) é um trabalho voltado para o louvor nas igrejas – e claro que nada impede de tocar fora -, mas o publico- alvo são pessoas cristãs. A banda, no nosso caso (mesmo tambem tocando em igrejas) ,  tem como público-alvo pessoas que necessitam de uma real transformação de vida. Até pelo nosso visual, temos condições de estar em lugares que os tradicionais ou engravatados não poderiam.
O importante é saber da sua missão e buscar fazer sempre o seu melhor.

O seu Site detalha bem o seu equipamento, especialmente os pedalboards. Você costuma usar os drives dos pedais “em cima” do som limpo do amplificador?  É mais prático para a estrada?

Sim, uso dessa forma: os pedais de drive plugados diretamente no amplificador, é a forma mais prática para a “correria”. ´claro que é importante ter um amplificador com o clean muito bom para se ter o resultado desejado. À Vezes, tambem uso alguns efeitos no loop do amplificador, funcionam muito bem principalmente se usar os drives dele.
Faço questão de levar meu MHA 2000 da meteoro para os palcos, dessa forma consigo tirar sempre o mesmo som em todos lugares. Claro que, ás vezes, fica difícil levar, mas são “ossos do ofícil”. Já fui obrigado a tocar com cada amplificador  e cada tipo de som só rindo para não chorar, mas essa situação já melhorou muito, pois as empresas de som no brasil estão se Preocupam mais com a qualidade.     


E nas  gravações ?  como prefere obter os timbres?


Para gravações  o sistema é bem simples; uso caixas 4x12 com o mixcrofone Shure SM57 na boxca do alto falante, um condenser para ambiência (reverb natural) e um xcanal dse linha para algumas Frequências. Dependendo do tipo de som que quero tirar, uso os drives e efeitos dos pedais. Gosto de usar também os drives dos amplificadores, são bem consistentes e muito bons para timbrar.

O que acha do mesa boogie V-Twin? A fama dele realmente faz jus ao timbre ?


Foi um dos meus primeiros pedais, e posso dizer que é excelente, tem um som equilibrado, fácil de timbrar e versátil por contar com três canais: clean, drive e solo você pode usar como preamp  para empurrar seu som ou como pedal de efeito. É um bom equipamento para tocar ao vivo quanto  em estúdio.

Quais são suas Guitarras Principais? Que caracteristicas elas tem que ter pra você se sentir a vontade?


Minha Primeira Guitarra foi uma strato, então me apaixonei de cara por esse modelo. Também tenho algumas Teles. Hoje a principal é uma guitarra que a tagima brasil desenvolveu para mim, aindsa estamos mexendo para ficar a mais perfeita possível. Este é um começo de uma parceria e cremos que dará muitos frutos. Para eu ficar confortável com uma guitarra  ela tem de ser escalopada e ter um braço de 22 casas , trastes jumbos, floyd rose humbuckers com pusb-pull. O braço não pode ser muito Fino, pois prefiro sentir a madeira. Gosto do estilo de braço das Stratocasters sdos anos 1970.

Como você enxerga o atual cenario dso rock Nacional?


O rock não é modismo, mas, sim, uma cultura. Quem curte esse tipo dse som curte para a vida toda, pois é contagiante, vibrante, e existem estilos para todos os gostos dentre do gênero Rock. Por isso, acho que o cenario do rock no brasil xcontinua crescendo com uma consistência, mesmo que seja a passoas menores e não estando na mídia em evidência. Tem um público fiél que frequenta os shows, xcompram CD’s e tal. As gravadoras não querem criar uma cultura, mas vender e vender, talvez esse seja o grandse vilão desse cenário.

A nova Geração de Guitarristas brasileiros é promissora? Quem você destaca?


Com certeza é promissora. Nunxca se viu tantas pessoas querendo desenvolver, estusdar mais ou mesmo aprender a tocar como tem acontecido nos ultimos anos. Isso é ótimo.
Com o crescimento do produto nacional, as empresas estão ampliandso sua visão e se abrindo mais, dando oportunidades a novos talentos no instrumento. Isso é importante que aconteça para popularizar e elevar o nível das músixca em nosso país. Com o surjimento de projetos como o concurso cultural  Double Vision, podemos notar a quantidade de guitarristas talentosos que existe no Brasil e que, muitas vezes, estão esconsdidos em suas cidades. Posso destacar o o vencedor desse conxcurso o guitarrista Matheus Nogueira, Grande Talento.

Como professor quais os principais erros cometidos Pelos Guitarristas iniciantes que você poderia apontar?


Depois de mais de 10 anos dando aulas, já passei por inúmeras experiênxcias e posso dizer que um dos principais erros do iniciante é querer aprender  a fazer o solo sem conhecer nada de harmônia.
Deveria ser ao contrário, primeiro estudsar harmônia e intervalos; depois; as escalas e os solos. Outro erro primário é o guitarrista querer tocar rápido sem os princípios básicos do passo a passo, da disciplina. A velocidade nunca pode ser o objetivo principal, mas, sim, a consequência. É muito mais difícil corrigir o que estudou errado do que aprender do zero , por isso, deixe o ego de lado e procure um bom professor ele vai encurtar as distâncias, pois a maior riqueza que podemos ter  é o conhecimento.

O que tem em mente para 2012


Algumas novidades. Uma delas é o meu novo site, que vai entrar no ar neste começo de 2012. Este é um ano de novas conquistas, então quero colocar alguns novos projetos em prática, como o trabalho instrumental com meu amigo Sidney Carvalho, e também quero começar a gravar meu novo disco-Solo. Vou continuar fazendo os trabalhos com a banda freedom e também com essa tour sde Workshops que faço tosdos os anos pelo brasil. Tenho outros projetos em off que vou anunciar no decorrer deste ano.

Sinta-se a vontade para as últimas palavras


Quero deixar uma mensagem aos músicos que tem o sonho de viver de musica e ter uma carreira bem sucedida: isso começa dento de nós e é o que vai diferenciar você de outros músicos. O nome disso é “paixão”, ou seja, o quanto você deseja, pois quando temos essa paixão, abrimos mão de coisas que não nos levam a nada, que só jogam nosso tempo fora e que muitas vezes tiram de nós os conceitos da verdade – em casos extremos, tiram até a nossa honra. Queremos estar perto de pessoas de caráter, que acrescentam a nossa vida, para elevar o nível e sermos seres humanos melhores antes de sermos músicos de sucesso Deus abençoe a Todos! 
                                                     

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